Em nossa primeira postagem sobre o , mencionamos que ele não é um programa do tipo WYSWIYG. Esta sua característica, no fim, acaba por desanimar um usuário na sua primeira experiência. Em geral, isto ocorre pela falta de leitura de manuais que explicam o funcionamento do . O objetivo desta postagem é justamente tornar inteligível a dinâmica do programa, além de indicar manuais (pdf) e livros.
A ideia do é livrar o autor do trabalho de formatação de um texto. Para isto, o documento é dividido em duas partes: (1) a primeira é chamada de preâmbulo; (2) a segunda, chamaremos de corpo do texto.
O preâmbulo é a parte “lógica” do programa, é o local onde “dizemos” ao que tipo de texto desejamos produzir: um artigo, um livro, uma apresentação, uma carta, etc. Além disso, é no preâmbulo que “dizemos” quais pacotes pretendemos usar ao escrever o documento (e acredite há inúmeros pacotes, com uma vasta aplicabilidade em quase todos os ramos do conhecimento).
O corpo do texto é o local onde será escrito o conteúdo do documento desejado. Em todo documento , o corpo do texto inicia logo após o comando
\begin{document}
e termina logo antes do comando
\end{document}
Qualquer coisa escrita após o comando
\end{document}
será completamente ignorada pelo e não aparecerá no documento compilado (apesar disto ser frívolo, alguns alunos que tive ficavam estupefatos porque não observavam esta recomendação e, assim, parte de seus escritos não apareciam no documento final).
Tudo que ocorre antes do comando
\begin{document}
faz parte do preâmbulo. Item obrigatório a ser informado ao é o tipo de documento que desejamos escrever. Isto é feito com o comando:
\documentclass{tipo de documento}
Os tipos padrões de documentos são:
article – para escrever artigos acadêmicos, apresentações, curtos relatórios, documentação de programas,…
report – para escrever relatórios longos, dissertação de mestrado, teses de doutorado, pequenos livros
book – para escrever um livro
slides – para escrever apresentações em slides
letter – para escrever uma carta
Além destas classes de documentos, há outras. Por exemplo, existe uma classe chamada abnt (abnTeX), que formata o documento segundo as regras da ABNT.
Vamos supor que desejamos produzir um artigo. Então devemos escrever o seguinte comando no preâmbulo:
\documentclass{article}
Um arquivo simples é dado a seguir:
\documentclass{article}
\begin{document}
Hello World
\end{document}
Ao compilar, produzimos
Associada a cada classe de documentos está uma série de comandos. Por exemplo, todo artigo deve ter um título e um autor. A cada um destes, estão associados, respectivamente, os comandos
\title{titulo}
\author{autor}
Ambos comandos, em geral, são colocados no preâmbulo e, portanto, ocorrem antes do comando
\begin{document}
PS – eles podem ser colocados, pelo menos na classe article, no corpo do texto, mas tomando-se o cuidado de inserir o comando maketitle (veremos adiante) depois destes.
Assim, um exemplo de documento é
Mas ao compilar o documento, você perceberá que nada acontece
Para introduzir título e autor no texto compilado, colocamos o seguinte comando no corpo do texto, logo após o begin{document}: \maketitle
O leitor curioso poderia ver o que acontece se o "\maketitle" fosse colocado no preâmbulo e depois do “Hello world”
\documentclass{article}
\title{Introdu\c{c}\~ao ao \LaTeX2e}
\author{Alessandro Bandeira}
\maketitle
\begin{document}
Hello Word
\end{document}
__________________________________
\documentclass{article}
\title{Introdu\c{c}\~ao ao \LaTeX2e}
\author{Alessandro Bandeira}
\begin{document}
Hello Word
\maketitle
\end{document}
Além de título e autor, um artigo acadêmico, por exemplo, tem um resumo. Na classe article, há um ambiente para isto que é dado pelos comandos:
\begin{abstract}
\end{abstract}
Estes comandos devem ocorrer no corpo do texto, logo após o maketitle. E o texto do resumo deve aparecer entre \begin{abstract} e \end{abstract}.
Compilando, obtemos:
Note que ao invés de “Resumo” aparece “Abstract”. Isto porque a língua padrão no é o inglês (a seguir mostraremos como “traduzir”).
Artigos são divididos em seções, subseções, subsubseções, etc… Para isto, temos os comandos
\section{titulo da seção}
\subsection{titulo da subseção}
\subsubsection{titulo da subsubseção}
Compilando, obtemos:
Para traduzir o “Abstract” para “Resumo”, devemos introduzir no preâmbulo o pacote babel. Os pacotes são introduzidos com
o comando:
\usepackage{nome do pacote}
Alguns pacotes têm opcionais (em uma próxima postagem trataremos disto) que são indicados pelos colchetes:
\usepackage[opcionais]{nome do pacote}
No caso do babel, o opcional é a língua desejada. Em nosso caso, o opcional é: brazil
O documento compilado:
Nas próximas postagens, discutiremos a classe abnt e uso de pacotes. Os leitores interessados podem baixar os seguintes
manuais:
http://www.ctan.org/tex-archive/info/lshort/portuguese-BR
http://en.wikibooks.org/wiki/LaTeX
http://www.latex-project.org/guides/
Livros recomendados (tenho a maioria e são bastante úteis)