Na postagem anterior, indiquei como instalar o TeXlive no GNU (Debian e derivados e a instalação genérica). Agora, daremos dicas de editores e IDEs para o . Em primeiro lugar, é bom lembrar que não é necessário o uso de qualquer editor especial para escrever arquivos .tex, como no caso de arquivos .odt, que precisam do libreoffice. Para escrever arquivos .tex, basta um simples editor de texto como o gedit, kedit, kate, nano, leafpad, etc.. Por exemplo, usando o kate, podemos escrever o seguinte documento simples
Para gerar um arquivo .dvi a partir do documento acima, precisamos compilá-lo com o . Para isto, entramos na pasta onde se encontra o arquivo (no meu caso em: /home/alessandro/Documents) e digitamos:
latex nome_do_documento.tex
O documento criado com kate foi chamado teste1.tex.
A compilação transcorreu normalmente e com isso foi gerado o arquivo teste1.dvi. Além desse arquivo, a compilação produzirá, neste caso, outros dois arquivos: teste1.aux e o teste1.log (em uma próxima postagem explicaremos mais acuradamente o funcionamento do Latex). Se quisermos um arquivo pdf, há duas possibilidades: (1) transformar o .dvi em .pdf usando o dvipdf; (2) ou compilar o .tex com o pdflatex produzindo o .pdf diretamente (depois em outras postagens, explicaremos quando é possível usar estes métodos, pois há incompatibilidades de pacotes com o pdflatex e com latex).
dvipdf nome_do_arquivo.dvi
pdflatex nome_do_arquivo.tex
O resultado final de nosso arquivo pós-compilação é:
Também é possível transformar o arquivo .dvi em .ps, usando o dvips
dvips nome_do_arquivo.dvi
Além disso, podemos transformar o arquivo .ps em .pdf usando o ps2pdf (em postagens para frente discutiremos a necessidade de produzir arquivos .pdf passando pelas etapas: dvi -> ps e ps->pdf. Isto dependerá de pacotes usados no preâmbulo).
Muitos autores defendem que esta é a grande vantagem do , pois é possível escrever o seu arquivo .tex em qualquer plataforma usando um simples editor de texto (embora, às vezes, a compilação do .tex só possa ser feita em seu próprio computador, por falta do $latex \LaTeXe$ no computador alheio). No , não há perda de configuração, coisa rotineira no caso do libreoffice (e afins) devido à versão diferente dos programas usados em diferentes plataformas (salve um arquivo no libreoffice 3.3 e abra-o em uma versão mais antiga, digamos, openoffice 2.4); ou à falta de fontes, etc.. No , em geral, não há questões de incompatibilidade (exceto, é claro, se seus arquivos foram escritos em LaTeX209 (versão antiga) e você tenta compilá-lo com (versão nova). Mas ainda assim, com pequenos ajustes, é possível tornar o seu .tex “legível” para versão nova).
O artigo, portanto, tratará de coisas que não são estritamente necessárias. O resumo acima tinha o objetivo de esclarecer a “não-necessidade” de editores e IDEs específicos para o (quando lecionei um curso de metodologia da ciência e dei aulas sobre o , percebi que os alunos ficaram dependentes dos editores e IDEs e não “conseguiam” escrever os trabalhos pedidos por falta dos editores e IDEs nos computadores de seus serviços. Todavia, tais editores e IDEs, como tentei mostrar acima, são dispensáveis).
Por outro lado, os editores e IDEs para o são bastante úteis, pois, em sua maioria, eles “contêm” todos os passos mencionados acima. No mundo GNU, os principais editores/IDEs são:
Obviamente, esta lista não é completa. Por exemplo, é possível usar o gedit + gedit-latex-plugin (aqui, deve-se ir em: editar>preferências>plug-ins e “setar” a opção: latex plugin 0.2), o geany + geany-plugin-latex
Os editores/IDEs supracitados têm documentação própria, portanto não discutirei todos. Restringir-me-ei ao texmaker, que é o meu IDE preferido. O processo de instalação do texmaker é bastante simples para usuários Debian (Debian derivados) – e o processo é também bastante simples em redhat derivados, gentoo, arch.
apt-get install texmaker
Quem tiver interesse nas versões mais novas (meu caso), é possível “baixar” o source do site e compilá-lo ou “baixar” o binário referente à sua distribuição e arquitetura (para compilar o programa, lembre-se sempre de ler o readme).
Funcionamento do Texmaker
Depois de instalado, aperte alt+f2 e digite texmaker (ou se quiser, vá em escritório, onde fica seu ícone). Obviamente, abrirá o programa
A primeira coisa a ser feita é criar um novo documento e salvá-lo em algum lugar: arquivo>novo, arquivo>salvar como
Agora, as coisas ficam interessantes. Na barra superior, há a opção: assistente. Ao clicar ali, aparecerá outras opções, entre as quais: início rápido. Ao clicar, aparecerá a seguinte janela:
Ali na opção classe de documento, você pode escolher o tipo básico de documento que deseja produzir: artigo (article), livro (book), carta (letter), apresentação (beamer) ou dissertação, tese, relatório (report).
A opção “tamanho da fonte” é autoexplicativa. As subopções são: 10pt, 11pt, 12 pt. A opção “tipo de folha” também é autoexplicativa e as subopções são: A4paper, A5paper, B5paper, letterpaper, legalpaper, executivepaper.
Finalmente, a opção codificação tem várias subopções. No caso de usuários GNU, as que devem ser escolhidas são: utf8x ou latin1 (em próximas postagens, discutiremos um pouco sobre isto).
Há ainda há escolha de pacotes AMS e makeidx. Há espaços para introduzir nome do autor e título do trabalho. Finalmente, em um quadrado maior, há uma série de escolhas.
Eu fiz as seguintes escolhas:
Ao dar ok, isto produz o seguinte:
Ou seja, o texmaker insere automaticamente grande parte do preâmbulo que teríamos de digitar em um editor de texto simples. Para produzir um texto próximo àquele primeiro, basta introduzir o pacote “begriff” no preâmbulo (próximas postagens falaremos dos pacotes). Além disso, é preciso introduzir no corpo do texto o comando maketitle, que produzirá na compilação o título e o autor. Uma vantagem do texmaker é que ao começar digitar os comandos, o programa lhe indica opções (autocomplementação).
Além disso, no primeiro documento havia o comando section, que produz uma seção. Ao começar a digitar este comando, o texmaker lhe dará opções por autocomplementação. Os comandos restantes pertencem ao pacote begriff, portanto não precisamos nos deter aqui. O texto final ficará assim:
Anteriormente, para compilarmos o teste1.tex, foi necessário entrar, via terminal, na pasta onde o arquivo estava salvo e digitar: latex teste1.tex. Depois, transformamos o dvi produzido para pdf usando o dvipdf. Também mostramos como produzir o pdf diretamente com o pdflatex. Além de transformar o .dvi para .ps e depois o .ps para .pdf. No texmaker, estas opções estão todas disponíveis. Na barra superior (a maior), tem a opção: pdflatex. Clicando alí, aparecem outras opções. Por exemplo, existe a opção latex (compilar com latex)
Há também a opção: DVI->PDF, DVI->PS, PS->PDF, que executam o mesmo trabalho mencionado no início da postagem. A compilação do .tex via texmaker (pdflatex) produz o seguinte documento:
A compilação é feita clicando na seta (grande) à esquerda do pdflatex (latex). Da mesma forma, a transformação de .dvi para pdf (ou dvi para ps ou .ps para pdf) é clicando nesta mesma seta, com as respectivas opções. Para visualizar o documento pdf compilado pelo pdflatex, clique na seta (grande) à esquerda de: ver pdf (na barra acima – a maior). Ali também tem as opções: ver .dvi e ver .ps (para ver o documento .dvi, deve-se primeiro compilar com o latex; para ver documento .ps, deve-se transformar antes o .dvi produzido para .ps).
Obviamente, não esgotei todas as dicas em relação ao texmaker e, provavelmente, voltarei ao assunto. Mas, para terminar, vale lembrar que o texmaker facilita nossa vida, porque à esquerda do programa existe uma “tabela” que ao clicar aparecem várias opções de símbolos (ótimo para quem não tem uma memória muito boa, o que é meu caso):
Além disso, o texmaker tem uma ótima documentação de referência sobre o . Fica em ajuda>referência do latex
E tem também uma boa documentação. Vá em: ajuda>manual do texmaker